REM - sem direito à terminalidade.
Resolução organiza a última etapa da educação básica da rede estadual para 2015 e encerra o Programa Reinventando o Ensino Médio
Programa criado na gestão anterior era alvo de críticas e a partir do início deste ano letivo, em fevereiro, não vai existir nas escolas
Programa criado na gestão anterior era alvo de críticas e a partir do início deste ano letivo, em fevereiro, não vai existir nas escolas
23 de Janeiro de 2015 , 18:59
Atualizado em 23 de Janeiro de 2015 , 19:18
Atualizado em 23 de Janeiro de 2015 , 19:18
O Ensino Médio da rede pública estadual mineira estará diferente a partir do início do ano letivo de 2015. Foi publicada no Diário Oficial dos Poderes do Estado desta sexta-feira (23-01) uma resolução que estabelece os parâmetros para essa etapa de ensino a partir deste ano e, por consequência, suspende as atividades do Programa Reinventando o Ensino Médio.
A Resolução 2.742/2015 estabelece que o Ensino Médio volta a ter carga horária anual de 833 horas e 20 minutos e uma carga horária total de 2.500 horas.
Os conteúdos básicos do Ensino Médio estarão organizados em quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas, conforme estabelecem as Diretrizes Nacionais.
Com a paralisação do Reinventando o Ensino Médio deixa de existir o sexto horário de aulas. A secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, explica que o Reinventando foi implantado sem ouvir os envolvidos com a Educação.
“Atualmente, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais busca criar espaços de diálogo com vários segmentos e representantes da sociedade mineira. Nesses espaços de diálogo foram relatadas várias críticas no processo de operacionalização do Programa e foi feito o pedido para a paralisação imediata das ações do Reinventando."
Problemas no Reinventando
A principal crítica em relação ao Reinventando o Ensino Médio foi apresentada pelos próprios professores desde a implantação do Programa.
Os responsáveis por lecionar as disciplinas das áreas de empregabilidade eram os professores das disciplinas regulares, como Biologia, Geografia, Matemática, entre outras. Os docentes afirmam, contudo, que a Secretaria de Educação não oferecia a devida capacitação para que eles assumissem essa função.
Outra grande crítica partiu dos prefeitos municipais e estava relacionada com o transporte dos estudantes. São as prefeituras as responsáveis por gerenciar o transporte escolar e, com a criação do sexto horário, a logística de transporte dos estudantes do ensino médio ficou comprometida.
Por parte dos diretores de escolas houve críticas em relação à adaptação da estrutura física dos prédios para a implantação do Programa. Eles argumentam que a Secretaria implementou o projeto sem adequar as escolas com laboratórios e salas adequadas para que o aluno tivesse acesso ao conteúdo prático das áreas de empregabilidade. Além disso, os alunos também reclamavam por falta de merenda escolar, uma vez que a escola não oferecia uma refeição extra para aqueles que ficavam mais tempo em sala de aula.
Compromisso com o Ensino Médio
A secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, ressaltou o seu compromisso com o desenvolvimento do Ensino Médio em Minas Gerais e destacou que vai dialogar com os atores envolvidos na área educacional para criar outras estratégias de crescimento.
“A Secretaria de Estado de Educação promoverá com a Comunidade Escolar a construção coletiva de uma nova proposta de Ensino Médio, que seja compatível com as necessidades de nossos jovens, as especificidades regionais e o mercado de trabalho”, afirma. “Além disso, vamos ampliar o apoio ao Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, que é responsável pela capacitação de quase 40 mil professores em Minas Gerais”, completa.
Uma das alternativas apontadas para garantir o desenvolvimento do Ensino Médio é fortalecer o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), programa do Governo Federal. Uma forma é disponibilizar o espaço das escolas para cursos do Pronatec. Em 2014, o Pronatec tinha 26.364 alunos matriculados em cursos técnicos, sendo que 12.887 faziam cursos em escolas estaduais. Em cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), Minas teve, em 2014, 147.091 matrículas.
Quadro de Escolas
Com a publicação da Resolução 2.742/2015, que dispõe sobre o Ensino Médio nas escolas da rede pública estadual de Minas Gerais, foi necessário republicar também a Resolução 2.741/2015, que estabelece normas para a organização do Quadro de Pessoal das Escolas Estaduais e a designação para o exercício de função pública.
Matricular-se no Curso de Gestão Escolar
Vice-diretores nas escolas estaduais
A resolução republicada do quadro de escolas também traz outras alterações, uma delas referente à questão dos vice-diretores nas escolas estaduais. Pela resolução anterior, publicada no último dia 21, apenas as escolas que possuíam mais de 1900 alunos e funcionavam em três turnos poderiam ter três vice-diretores.
Com a resolução atual, as escolas que realizam o atendimento de mais de 700 alunos em três turnos também passam a ter direito a três vice-diretores. Essa foi uma demanda apresentada por diretores de escolas.
ATB/ Auxiliar da Área Financeira
Também foram alterados critérios para que as escolas contem com o Assistente Técnico de Educação Básica (ATB/ Auxiliar da Área Financeira). Pela resolução anterior, as escolas que possuíam mais de 1000 alunos tinham direito a um ATB/ Auxiliar da Área Financeira, já as escolas com número inferior de matrículas compartilhavam o profissional com outras escolas. Com a nova resolução, toda escola que tiver mais de 300 matrículas terá direito a um profissional exclusivo para ela.
Absurdo que tudo que nasce de bom na área da educação no Brasil se perde num monte de desculpas. Logística de transporte de estudantes? Fornecimento disso ou daquilo? Só desculpas e preguiça a meu ver. A falta de vontade nos projetos é imensa. Por que não trazer para a escola aqueles da área do curso de administração? Será que é porque a educação brasileira tem Karl Marx como herói?
ResponderExcluirObrigada por contribuir.
ResponderExcluirRealmente, vivemos numa educação com projetos que vão e vem o tempo todo.